Dizer sobre a Interpretação dos Sonhos



Em 1900 quando Freud trabalhava com a Interpretação dos Sonhos, no capítulo VII, propõe o 1° modelo do aparelho psíquico. Esse modelo divide-se às instâncias: Inconsciente, Pré-consciente e Consciente.

O aparelho psíquico segue o modelo de uma célula nervosa, que recebe um estímulo e dá uma resposta motora.

O sonho segue uma direção que Freud chamou de regressão.

Quando você dorme há uma diminuição de estimulação interna e externa. A resposta motora é mínima. Há um afastamento da estimulação externa, acontecendo um enfraquecimento das defesas, então sua censura é menor.
Com isso, o desejo do inconsciente vai imobilizar, então os conteúdos ficam mais expressos.

Você está dormindo, então o desejo inconsciente chega até o pré-consciente, mergulha no inconsciente e nos traços mimênicos, e vai reinvestir imagens, ou seja, a percepção, então os movimentos são alucinatórios.

O sentido da vigília - estado acordado - é progressivo e do sonho é regressivo.

Visto como fenômeno regressivo, o sonho é resultado da atração dos marcos mimênicos das expressões infantis.
Essas expressões lutam para encontrar uma expressão atual na consciência.

Um sonho poderia ser descrito por expressões infantis, expressa de forma diferente.
A expressão infantil que aparece nos sonhos é modificada pela expressão recente.

O sonho é uma tentativa de desejo do inconsciente que sofrerá influência de censura; é uma estrada real para o inconsciente do sujeito que comunica com a vida psíquica.

Parte do princípio que os sonhos sempre produzem um sentido. O sentido que não nos é imediatamente conhecido.  O sonho passa por uma elaboração onírica - transposição do conteúdo latente para o conteúdo manifesto -, que passa pelo desejo do inconsciente com a censura.

Temos dois registros do sonho:
• Conteúdo manifesto: relato que faz do sonho - expressão do conteúdo latente
• Conteúdo latente: desejo do inconsciente

O sonho é uma necessidade psíquica. Todo mundo sonha e tem que sonhar.

Para ocorrer a elaboração onírica - trabalho do sonho dá forma / desfarça - alguns mecanismos dos sonhos tem que acontecer.

• Condensação: representação de várias imagens em uma só;
• Deslocamento: representação se desliga de uma para outra;
• Representação ou Figuração: transferência do pensamento inconsciente em imagens;
• Elaboração secundária: monta, dá a sequência aos sonhos. Vai usar do material cotidiano para expressar o sonho

Para acontecer condensação tem que ter deslocamento.

Fontes do sonho:
• Resto diurno: ponto de ligação para o desejo inconsciente - o que vivi ontem, um filme que assisti, uma música que escutei;
• Impressões somáticas ou físicas: está com vontade de comer e sonha;
• Desejo inconsciente: fonte do inconsciente. Se é inconsciente é desejo, se é desejo remete a psicossexualidade infantil.

O sonho precisa do resto diurno para fazer a ligação para o desejo inconsciente.

O sonho é um substituto de uma cena infantil; pode ser um fragmento da cena infantil; pode ser outra maneira de lembrar.

Os resíduos diurnos são ingredientes essenciais dos sonhos, porque os desejos do inconsciente são incapazes de apresentarem como tais.

Sonhar é uma outra maneira de lembrança inconsciente.

🌼 Jane Freitas Ribeiro