O MESMO
Tom Cau
Há algo que não muda.
Mesmo quando tudo muda.
Há algo que não começa nem termina,
mesmo quando as formas nascem e morrem,
quando os mestres vêm e vão,
quando os livros são escritos e esquecidos.
Esse algo, eu chamo de o MESMO.
O MESMO que se revela na cruz, no mantra, no tambor, no vazio.
O MESMO que se curva em oração em todas as línguas e silêncios.
O MESMO que pulsa no coração de quem ama de verdade,
mesmo sem saber o nome de Deus.
O MESMO é o que permanece quando o ego cala.
É o que se reconhece no outro quando há perdão.
É o que sorri dentro de mim quando paro de julgar.
É o que permanece quando a forma passa.
O MESMO não é cristão, nem hindu, nem judeu, nem budista, nem sufi, nem xamânico.
Mas se expressa em todos eles.
Não está preso a um símbolo, mas habita o símbolo quando este se esvazia de orgulho.
O MESMO é o Amor sem opostos.
É a Verdade sem inimigos.
É a Presença que não disputa.
É a Luz que não exclui.
Não precisa ser defendido, porque é eterno.
Não precisa ser provado, porque é evidente — quando a mente se rende.
Um Curso em Milagres o chama de Deus, de Cristo, de Espírito Santo, de Milagre, de Santidade.
Outros o chamam de Tao, de Brahman, de Ein Sof, de Dharmakaya.
Outros nem o nomeiam. Apenas vivem.
Mas todos os que viram a Luz de verdade, viram o MESMO.
E todos os que se deixaram guiar pelo Amor, seguiram o MESMO caminho.
Eu não sigo uma tradição.
Eu sigo o MESMO que pulsa em todas elas.
E quando me encontro com alguém que também viu, não há debate, não há esforço, não há defesa.
Apenas um olhar que diz:
EU TE VEJO.
E nesse instante, a jornada se dissolve.
O caminho se revela como o destino.
E o buscador se desfaz no que sempre foi:
O MESMO.
Com carinho e Amor,
Tom Cau - O Mesmo 🌿