Lembranças Encobridoras

 

As experiências dos primeiros anos de nossa infância deixam traços soltos nas profundezas de nossas mentes. É a partir dos 6 anos de idade, que nossas vidas podem ser reproduzidas na memória como uma série de eventos, estabelecendo uma relação entre a importância psíquica da experiência e sua conservação na memória. No entanto, o que parece ser importante é recordado, o que seja suposto não essencial é esquecido.

Os conteúdos das primeiras lembranças da infância estão relacionadas por situações de medo, vergonha, dor física ou doenças, incêndios, mortes, nascimentos de irmãos e irmãs. As lembranças retidas da infância evidenciam a diferença entre o que atrai o interesse da criança e do adulto.

Lembrança Encobridora: uma recordação, cujo valor consiste no fato de que representa na memória impressões e pensamentos de uma data posterior, cujo conteúdo é ligado a ela por elos simbólicos ou semelhantes. A lembrança encobridora deve seu valor enquanto lembrança, não ao seu próprio conteúdo, mas às relações existentes entre aquele conteúdo e algum outro, que foi suprimido.

A lembrança encobridora marca a estrutura do menino Sigmund Freud. As crianças na lembrança encobridora eram seu sobrinho John e sua sobrinha Pauline, filhos de seu meio-irmão mais velho Emanuel, que eram os primeiros amigos de Freud. A figura que ameaça Freud a perder a mãe foi seu meio-irmão Emanuel, com quem Freud projetava como pai. 

Jacob, pai de Freud era um homem bem mais velho, fazendo uma função de pai com pouca lei (impotente).

Na Psicanálise, o pai é introduzido pela via de negação. O pai é aquele que está no lugar do Progenitor, é uma função (substituto); ou seja, o pai é um significante. É aquilo que está no lugar de algo que falta.

🐬  Jane Freitas Ribeiro